O presente artigo busca refletir sobre o potencial da arte como ferramenta para a educação em direitos humanos. De natureza teórica e reflexiva, neste trabalho, defendemos que a Arte, em suas diversas formas de manifestação, é capaz de produzir vivências que ampliam e sensibilizam o olhar de indivíduos para as múltiplas experiências da diversidade humana, tomando os sujeitos pela via do sensível e possibilitando a ressignificação na maneira como sentem, pensam e agem no mundo. Esse potencial, quando usado intencionalmente em uma prática pedagógica, pode servir ao objetivo de uma educação em direitos humanos preocupada com a promoção da justiça social e do respeito à diversidade.
Para isso, articulamos proposições de teóricos da educação em direitos humanos como Vera Candau, Eduardo Bittar e Nancy Flowers, com referenciais da psicologia e da arte, especialmente, de Lev Vigotski, Jorge Coli e João Francisco Duarte Junior. Em um primeiro momento, tratamos de uma concepção de educação em direitos humanos que entende a necessidade de mudança do status quo e que, portanto, busca formar indivíduos com uma percepção crítica da realidade e que visem a transformação social. Em seguida, exploramos a forma como a arte atua na promoção de vivências e favorece o desenvolvimento de novas percepções da realidade. Por fim, discorremos sobre alguns caminhos possíveis para a reflexão e utilização da arte na educação em direitos humanos, compreendendo-a como ferramenta potente a tal finalidade.